27.06.2024
A bacia marroquina de Bouregreg está a sofrer uma mudança revolucionária na gestão e no abastecimento de água, impulsionada pelo projeto Sebou. A ligação da barragem de proteção de Sebou e da barragem de Sidi Mohamed Benabdellah marca um avanço significativo no Plano Nacional da Água (PNE) de Marrocos e promete impactos profundos na região e não só. Este artigo explora os pormenores deste projeto histórico, destacando o seu papel na promoção de mudanças positivas.
O coração do projeto Sebou: Sebou e a barragem de Sidi Mohamed Ben Abdellah
A barragem de Sebou, na província marroquina de Ifrane, concluída em 1973, gere os recursos hídricos e produz energia hidroelétrica. Regula o caudal do rio Oued Sebou, tem como objetivo a irrigação de habitações e da indústria e atenua os efeitos das cheias e das secas. Como pedra angular dos esforços marroquinos no sentido da segurança da água e do desenvolvimento sustentável, a barragem de Sebou sublinha o empenhamento do país em garantir um abastecimento de água resiliente.
Paralelamente, a barragem de Sidi Mohamed Ben Abdellah, também conhecida como barragem de El Kansera, situada na região marroquina de Tadla-Azilal, tem múltiplas funções: abastecimento de água, irrigação, proteção contra inundações e produção de energia hidroelétrica. Operacional desde 2008, esta instalação melhorou significativamente a disponibilidade de água e a produtividade agrícola na região. Demonstra o empenho de Marrocos em aproveitar os recursos hídricos para o progresso socioeconómico, preservando simultaneamente o ambiente.
Plano Nacional da Água de Marrocos: Combater a crise da água
O Plano Nacional da Água de Marrocos (Plan National de l'Eau, PNE), adotado em 2009, é uma estratégia abrangente centrada na resolução dos desafios nacionais em matéria de água e na promoção de uma gestão sustentável dos recursos hídricos. O plano visa garantir um abastecimento seguro de água, melhorar a gestão, promover uma utilização eficiente, desenvolver infra-estruturas, implementar medidas de conservação dos recursos, gerir as águas subterrâneas, proteger as bacias hidrográficas e sensibilizar o público através de campanhas. Com este plano, o governo procura alcançar a segurança da água, impulsionar o crescimento socioeconómico e adaptar-se aos impactos das alterações climáticas nos recursos hídricos.
Nesta abordagem multifacetada, a dessalinização desempenha um papel central: o país pretende produzir 50 por cento da sua água potável através da dessalinização até 2030, tendo como objetivo uma produção de 1.400 milhões de metros cúbicos. Embora a agricultura contribua significativamente para a economia e o emprego, apenas 15 por cento das terras de Marrocos são irrigadas, o que coloca uma enorme pressão sobre os recursos hídricos. Com as culturas de irrigação a consumirem até 85% da água disponível e muitos pequenos agricultores a enfrentarem secas recorrentes sem proteção adequada, a procura de estratégias sustentáveis de gestão da água está a aumentar.
Nesta abordagem multifacetada, a dessalinização desempenha um papel central: o país pretende produzir 50% da sua água potável através da dessalinização até 2030, tendo como objetivo uma produção de 1.400 milhões de metros cúbicos. Embora a agricultura contribua significativamente para a economia e o emprego, apenas 15 por cento das terras de Marrocos são irrigadas, o que coloca uma enorme pressão sobre os recursos hídricos. Com as culturas de irrigação a consumirem até 85% da água disponível e muitos pequenos agricultores a enfrentarem secas recorrentes sem proteção adequada, a procura de estratégias sustentáveis de gestão da água está a aumentar.
Reforçar a resiliência: O impacto do Sebou na segurança da água
Integrado no Plano Nacional da Água de Marrocos, o projeto Sebou surge como uma pedra angular que reforça as infra-estruturas e a resiliência. Aborda questões críticas de abastecimento de água na bacia de Bouregreg e nas regiões vizinhas, com o objetivo de garantir o acesso à água potável ao longo da costa e aliviar os défices de água nas zonas de irrigação. Ao criar novas infra-estruturas e otimizar a gestão dos recursos, o projeto assegura um abastecimento de água sustentável e fiável.
Abastecimento de água: Investir no futuro
O projeto está dividido em fases que ligam as principais barragens da bacia do Bouregreg e da província de Settat. Os principais objectivos incluem o abastecimento fiável de água potável às metrópoles de Rabat-El Jadida e Casablanca, após 40 anos de seca, bem como a resolução do problema da escassez de água em zonas de irrigação como Doukalla e Central Haouz. Além disso, a iniciativa visa melhorar a capacidade de adaptação das estruturas hídricas às alterações climáticas e racionalizar os processos de gestão dos recursos, recuperando a água perdida e reforçando as medidas de proteção contra as inundações. Com custos estimados em 570 milhões de dólares americanos, o projeto é uma componente vital do Programa Nacional de Abastecimento de Água Potável e Irrigação. A primeira fase, que teve início em junho de 2022, liga a barragem de Sebou à barragem de Sidi Mohamed Ben Abdellah. As fases subsequentes alargarão a ligação a outras estruturas hídricas importantes na região.
Ir mais além: Catalisador do progresso socioeconómico
No entanto, o projeto Sebou não se limita a melhorar o abastecimento de água e está preparado para permitir o progresso socioeconómico da região. Apoiada por investimentos públicos substanciais, esta iniciativa está preparada para servir um grande número de pessoas, promovendo o progresso e a prosperidade. Os esforços para a proteção contra as inundações transcendem a educação para o risco. Através de estratégias holísticas de resiliência ecológica e de infra-estruturas, a região está protegida contra vários desafios naturais. Com um sistema de drenagem melhorado, o projeto estabelece uma base sólida para a resiliência futura do ambiente. Além disso, o governo marroquino centra-se em soluções de infra-estruturas ecológicas, melhorando a saúde de todo o ecossistema.